Entre o riso e o choro, o drama da vida ou a comédia a cores ou a preto e branco. A verdade escondida que nos faz pensar e crescer, meras coincidências que nos dizem tanto ou quase nada, momentos bem passados de preferência partilhados, numa boa companhia e num pacote de pipocas.

quarta-feira, 6 de março de 2013

UMA DUPLA COMPETENTE


Sem margem para discussões, Robin Hood, versão 2010 realizada por Ridley Scott é tudo menos consensual. Este Robin não é o aventureiro galã, personagem que catapultou Errol Flynn para a fama, sempre ardiloso na luta pelos fracos e oprimidos, em batalhas onde raramente alguém ficava demasiado ferido ou morria. Não é ainda o herói protagonizado por Kevin Costner, que com a ajuda de um Morgan Freeman muçulmano conseguiu derrotar os vilões, onde até se incluía uma bruxa, num filme com bastante acção, sangue e alguma (qb) sensualidade. Este Robin Hood de Russel Crowe é, pela caracterização, pelas vestes, por bastantes pontos de contacto entre as duas personagens, quase o Gladiador, filme no qual a dupla Ridley/Crowe também brilhou. Inevitáveis talvez, as comparações, sempre injustas quando do outro lado da balança está um filme bastante aclamado pela crítica. Este filme tem ainda bastantes imprecisões históricas, argumento usado por quem se esquece estar perante um filme de aventuras cujo objectivo primordial é distrair o público.
 Todo o seu enredo, de grande cariz político - ao contrário dos seus antecessores - leva-nos a um período histórico anterior ao dos restantes Robin, antes dos bosques, antes de se ter tornado o herói perseguido de que reza a história. Por momentos, como já me tinha sucedido com o último Sherlock Holmes, achei que se o filme tivesse outro nome que não o da famosa personagem, poderia ser um filme bastante bom - que é - expondo-se à maior parte das críticas dirigidas. Russell pode não ser tão expressivo como Costner, nem tão apaixonado como Flynn, mas é um dos actores mais competentes do actual panorama cinematográfico e a sua dupla com a sempre excelente Cate Blanchet funciona, sem precisar de outros artifícios mais apimentados. Da mesma forma que cenas tão inverosímeis como os cavalos a abrirem com as suas patas os portões de um forte, de uma Lady Maryam que se mete em cima de um cavalo e irrompe pela batalha qual padeira de Aljubarrota, mas aqui derrubando inúmeros soldados franceses, não são menos credíveis do que as cenas que vimos no Transporter ou em tantos outros filmes de aventuras, porque é isso que importa num filme de aventuras, o entretenimento e isso, como no Gladiador, Ridley Scott consegue-o, com boas cenas de batalha, grandes cenários e um naipe de actores excelente.

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