Entre o riso e o choro, o drama da vida ou a comédia a cores ou a preto e branco. A verdade escondida que nos faz pensar e crescer, meras coincidências que nos dizem tanto ou quase nada, momentos bem passados de preferência partilhados, numa boa companhia e num pacote de pipocas.

quarta-feira, 6 de março de 2013

ANJOS & DEMÓNIOS

Tinha alguma curiosidade em ver Anjos & Demónios, depois do êxito e da controvérsia gerada pelo anterior O Código d'a Vinci. Todavia, bastaram os primeiros minutos deste novo confronto entre a religião e a ciência, protagonizado por Robert Langdon (Tom Hanks continua a ser um dos actores mais crediveis do panorama actual do cinema americano), para me aperceber que estava perante um filme diferente do seu antecessor, para melhor.

Em Anjos & Demónios mantém-se a tentativa de descredibilizar alguns dos frágeis alicerces que suportam a religião católica, critícam-se certos comportamentos e valores, num ataque que desta vez não visa a figura de Deus - como no primeiro filme -, mas o coração do cristianismo, o próprio Vaticano.


As grandes diferenças residem, no entanto em dois pontos fundamentais. Primeira: Em Anjos & Demónios não existem pontos mortos, não há lugar a "paragens" para nos explicarem - como se fossemos muito burros - o que se está a passar e o porquê de cada dedução do protagonista, como acontecia tantas vezes no filme anterior, tornando-o interessante mas aborrecido para alguns. Anjos & Demónios é um filme sobre os mistérios da Igreja, mas é também um filme de acção, muita acção.

A segunda grande diferença é perceptível após os primeiros minutos do filme. Apesar de continuar a atacar valores morais, organizativos ou a corrupção de alguns elementos do clero a valores que nada têm a ver com o espírito religioso, assim como algumas estocadas subtis à ostentação bem evidente nas altas instâncias do Vaticano, existe uma tentativa de Dan Brown em atenuar as suas relações com a Igreja, tentando de maneira simpática mas raramente conseguida, justificar certas críticas, certos valores, ao dar-lhe uma imagem diferente, humanizando-a, tornando-a por isso imperfeita, mais sujeita aos pecados dos Homens. Como se diz perto do final: "A religião é imperfeita (...), mas apenas porque o Homem é imperfeito".

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