Entre o riso e o choro, o drama da vida ou a comédia a cores ou a preto e branco. A verdade escondida que nos faz pensar e crescer, meras coincidências que nos dizem tanto ou quase nada, momentos bem passados de preferência partilhados, numa boa companhia e num pacote de pipocas.

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

MAY ALL YOUR DREAMS COME TRUE

As Minhas Pipocas Davam Um Filme desejam a todos os visitantes e amigos um Feliz Natal e um próspero Ano Novo, cheio de paz e amor, saúde e prosperidade, se possível com pipocas e muitos, muitos filmes. Vejam ficção, mas não só. Façam os vossos filmes, transformem os vossos sonhos em realidade, saiam do lado errado da janela e pulem para a vida, vivam, existam, sejam felizes, ousem!

sábado, 15 de dezembro de 2012

SE EU FOSSE VOCÊ


"Se Eu Fosse Você" é a história de um casal que, de um momento para o outro se vê um no corpo do outro, com todas as peripécias que daí advém, e já tantas vezes exploradas em outros filmes. Porém, sem pretender ser mais do que é - uma comédia familiar -, este filme conta com excelentes interpretações desses dois "monstros" do cinema brasileiro, Glória Pires e Tony Ramos, além de um vasto leque de outros actores bem conhecidos das telenovelas do outro lado do Atlântico. Infelizmente sem edição portuguesa, este filme é bem melhor do que muitas comédias que nos chegam às salas de cinema e aos clubes de vídeo. Divertimento garantido, com particular incidência para uma cena memorável de Tony Ramos na piscina. Este filme - já com continuação - é um exemplo perfeito do que de bom se faz no Brasil no que se refere à sétima arte.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

FILMES QUE ME FAZEM LEMBRAR... O NATAL

 Dezembro já aí está, a lembrar-nos de prendas e doces, de família e sorrisos de crianças, de luzes de várias cores, pinheiros e dinheiro para gastar, mas também de filmes. As minhas memórias de Natal também há filmes, daqueles com que as nossas televisões insistem em brindar-nos quase até à exaustão, ano após ano, Natal atrás de Natal, e que de uma forma ou de outra passam a fazer parte das nossas lembranças mais doces. Estes são alguns desses filmes que fazem parte da história do Natal de muitos de nós.

Em 2003, Love Actually mostrava-nos um enredo feito de várias histórias em torno do Natal e de emoções como amor e amizade, com Hugh Grant e a nossa Lucia Moniz num elenco bem conhecido. Um filme agradável com uma daqueles cenas que há-de perdurar na minha memória cinematográfica, de um amor tão intenso capaz de desejar que o objecto do nosso amor seja feliz com outra pessoa que não nós mesmos.
Sozinho em Casa arrancou-nos várias gargalhadas em 1990 e 1992 nos dois primeiros filmes desta saga protagonizados por um Macaulay Culkin esquecido por uma família bem desorganizada, à mercê de uma dupla de assaltantes de casas, mais divertidos do que realmente perigosos. Dois filmes que ainda hoje rimam com sorrisos e boa disposição.
Também em 1990, Tim Burton brindava-nos com aquele que ainda hoje considero um dos seus melhores trabalhos, com Eduardo Mãos de Tesoura, um filme mágico, com Johnny Depp e Winona Ryder, que fala sobre valores capazes de vencer a descriminação sobre o que nos é diferente ou desconhecido. Um Frankenstein dos tempos modernos, meio homem, meio máquina, capaz de sentimentos humanos.
Dois anos antes, John McClane surgia-nos pela primeira vez em Die Hard, um dos personagens mais emblemáticos da carreira de Bruce Willis, como um polícia de Nova Iorque sempre a arranjar problemas com os mais perigosos terroristas em época de Natal.
A mais antiga das minhas recordações cinematográficas de Natal, vem pela mão de Frank Capra, com James Stewart em Do Céu Caiu Uma Estrela, como alguém que depois de atingir o fundo do poço recupera a esperança e a fé num filme sobre valores, muito comovente.
Por último, o divertidissimo Gremlins, o filme de Joe Dante que nos traz um simpático Mogwai, criatura que se em contacto com água, exposto a luz forte ou alimentado depois da meia-noite se transforma e multiplica em perigosos Gremlins. O filme teve direito a continuação em 1990.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

SCOTT PILGRIM

Scott Pilgrim Contra o Mundo não era daqueles filmes que me chamava a atenção, pelo que foi com uma boa margem de risco que me decidi a vê-lo. Realizado em 2010 por Edgar Wright (Hot Fuzz e Grindhouse), o filme é baseado numa banda desenhada criada por Bryan O'Malley e conta no seu elenco com um grupo de jovens actores ainda a dar os primeiros passos no meio cinematográfico, como Michael Cera (Juno) ou Mary Elizabeth Winstead (Die Hard 4.0), além do eterno irmão de Macaulay  Culkin, Kieran, aqui no papel de companheiro de quarto gay de Scott. A história gira em torno do personagem de Scott Pilgrim, que integra uma banda quase desconhecida de Toronto e que se apaixona por Ramona Flowers, uma estranha rapariga americana cujo cabelo muda várias vezes de cor ao longo do filme. Como se não bastasse o improvável romance entre duas pessoas tão diferentes, Scott tem ainda de enfrentar os ex-namorados de Ramona (7), em duelos até à morte e sempre ao ritmo alucinante de um jogo de computador. Longe de ser um filme memorável, Scott Pilgrim é um bom entretenimento com excelentes momentos de humor, especialmente até ao início dos já referidos combates, altura em que o filme começa a ser um pouco fastidioso, não conseguindo na minha opinião concretizar as boas expectativas criadas até essa altura.

ENTRELAÇADOS

,Entrelaçados, filme da Walt Disney Pictures, de 2010, conta a história de Flynn Rider - o bandido mais procurado do reino -, que na sua fuga depois de um audacioso golpe acaba por se refugiar na torre de Rapunzel, uma jovem com longoooooooooooosssss cabelos loiros e com o forte desejo de conhecer o mundo para lá daquela torre onde sempre viveu. Ao deparar com Flynn, Rapunzel vê nele a oportunidade para concretizar enfim o seu sonho, dando início a uma aventura cheia de novas descobertas, muita emoção e imensas situações perigosas, sempre na companhia de um super-divertido camaleão e dum corajoso cavalo-policial. A história, ao bom estilo que a Disney sempre nos habituou, com princesas encantadoras e vilões sem escrúpulos fala sobre liberdade, abnegação e de bens mais preciosos que o dinheiro ou jóias, como os cabelos de Rapunzel, que têm o dom de curar feridas ou devolver a juventude e do egoísmo de quem os procura e os quer só para si, esquecendo-se que as verdadeiras riquezas da vida têm mais valor quando partilhadas. Um excelente filme de animação, ao melhor nível do que tem sido feito nos últimos anos.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

O RAPAZ DO PIJAMA ÀS RISCAS


Quatro anos, foi o tempo que me levou a arranjar uma desculpa para ver um filme que, ao contrário das minhas expectativas não é uma enfadonha perda de tempo, antes pelo contrário. Há filmes assim, que nos induzem ideias pré-concebidas que mais tarde se vêem confirmadas ou desmentidas. Estava absolutamente enganado no caso deste filme de 2008 que conta a história de um menino de 8 anos, cuja promoção de seu pai, um oficial alemão, o leva a abandonar uma relativamente tranquila Berlim e os seus amigos de brincadeiras para uma região despovoada e bastante monótona para uma criança de tão pouca idade, e onde o seu único entretenimento acaba por ser o convívio com um outro menino, recluso num campo de concentração.


 Realizado por Mark Herman, o filme conta com interpretações interessantes de actores que não são propriamente desconhecidos como Vera Farmiga ou David Thewlis e dos jovens Asa Butterfield e Jack Scanlon. Em pouco mais de hora e meia seguimos, através do nosso protagonista, o retrato de uma época negra da nossa história numa visão inocente, quase cómica se não fosse tão séria e bárbara, que nos leva por vezes a 1978, quando estreou a série Holocausto, com James Woods e Meryl Streep nos principais papéis. É importante nunca esquecer, embora doloroso de relembrar esses tempos - por vezes actuais - em que as pessoas eram tratadas como animais apenas e só por terem supostamente nascido com uma raça ou cores supostamente erradas. Existe muita gente que ainda pensa assim, pasme-se! O lado cómico ou trágico é quando o filme nos leva a inverter os papéis e as nossas mentalidades transfiguram-se como do dia para a noite, tão frágeis são as nossas convicções do que é certo e do que é errado, bastando para isso trocar de posição da presa para o caçador ou vice-versa. Um excelente filme, dos melhores a que assisti nos últimos tempos.

QUANDO É DIFÍCIL SER HOMEM

After the Promise (Quando é difícil ser homem) é um filme de 1987, realizado por David Greene e protagonizado por Mark Harmon, que conta a história de um homem que fica viúvo e que de um momento para o outro tem de começar uma luta sem tréguas contra o sistema judicial americano, quando a segurança social lhe retira a guarda dos seus quatro filhos ainda pequenos. Já bastante antigo, este é um daqueles filmes que conotamos como dramas lamechas - e até poderá ser o caso - mas que nos prende ao ecrã, revoltados com as adversidades com que o humilde carpinteiro se vai deparando e que, ao invés de o aproximarem dos seus filhos o vai atirando para um poço profundo do qual parece ser impossível sair, não fossem os laços que unem pais a filhos. Não é complicado transpor a história do filme aos nossos dias, nos quais sabemos que as injustiças continuam a suceder bastante mais vezes do que deviam, não só nos filhos arrancados aos pais, como ainda nos casos de atribuir a guarda dos mesmos a um dos elementos do casal, mãe ou pai, onde nem sempre impera o bom senso e o bem-estar da criança. Não é também utópico imaginarmos nos nossos dias os maus tratos que os jovens vão sofrendo em instituições que, de caridade pouco têm, colocando acima de tudo os interesses económicos àqueles que originariamente se propunham, de constituir lares de apoio a crianças abandonadas ou em risco de exclusão social, paredes meias com uma marginalidade quase irreversível, mais do que apenas iminente. Conseguirá este pai superar as suas próprias dificuldades, encontrar um rumo para a sua vida e ainda por cima resgatar os filhos a um destino que se afigura mais do que provável, quase certo, de um final trágico? Um excelente filme, intenso, dentro de um género sem sempre valorizado.

sábado, 24 de novembro de 2012

JR FOI VENCIDO PELO CANCRO

 Larry Hagman, o eterno JR Ewing da série Dallas faleceu esta sexta-feira, vítima de cancro. O actor, de 81 anos, encontrava-se a gravar a segunda temporada do remake da série que o catapultou para a fama, depois de ter estado retirado durante alguns anos para cuidar da sua esposa, com problemas de alzheimer.





quinta-feira, 15 de novembro de 2012

CINEMA ASIÁTICO

Testemunhos de Miguel Teixeira (“O Lado B da Vida”)

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O convidado desta semana é Miguel Teixeira, o administrador do blogue “O Lado B da Vida” (carregar na imagem supra para aceder), um espaço de reflexão pessoal que nos dizeres do próprio entrevistado se inspira na dualidade da nossa existência e das experiências que vivemos. “Porque na vida nem tudo é branco ou preto, bom ou mau, verdade ou mentira. Porque a vida não tem necessariamente de ser aquilo que parece (…) – Miguel Teixeira dixit. O Miguel é um apreciador de cinema asiático, principalmente do drama sul-coreano, e tem sido uma presença assídua e bem-vinda no “My Asian Movies”. Aproveitem e visitem “O Lado B da Vida”, pois possui uma variedade de assuntos muito interessante, entre os quais, o cinema.
Abaixo fica o resultado da entrevista.
“M.A.M.”: O que achas que distingue genericamente a cinematografia oriental das demais?
Miguel Teixeira : Basicamente uma extrapolação dos sentimentos levados quase ao limite, tanto no drama como na comédia e alguma pureza por vezes inocente e infantil que raramente encontramos nos blockbusters ocidentais.
“M.A.M.”: O que te fascina mais neste tipo de cinema?
M.T. : Tudo o que mencionei na resposta anterior, como se ainda fosse possível assistir a bom cinema ainda não corrompido pelos grandes interesses comerciais, mais preocupados com receitas de bilheteira ou com o egocentrismo pseudo-intelectual de certos realizadores. Não se entende o cinema asiático, sente-se.
“M.A.M.”: Tens ideia de qual o primeiro filme oriental que visionaste?
M.T. : O “Tigre e o Dragão” e “Herói”, que foram aliás os precursores de uma maior aposta por parte das distribuidoras em relação ao cinema oriental. Aliás, odiei esse primeiro contacto. Felizmente fui perseverante, mas o mercado nacional ainda continua a apostar muito nesse género de filmes, quando há muito e excelente cinema de géneros distintos, que infelizmente não chegam ainda ao grande público.
“M.A.M.”: Qual o país que achas, regra geral, põe cá para fora as melhores obras? No fundo, a tua cinematografia oriental favorita?
M.T. : A da Coreia do Sul, talvez por terem sido daí os primeiros filmes que me envolveram sobremaneira, embora tenha começado há pouco a descobrir e a apreciar filmes de outras nacionalidades como o Japão e mesmo Taiwan ou a Índia, musicais à parte.
“M.A.M.”: E já agora, qual o género com o qual te identificas mais? És mais virado (a) para o drama, épico, wuxia, “Gun-fu”...
M.T. : Alguma comédia mas sobretudo drama e romance. A maior parte dos filmes asiáticos consegue mesclar na perfeição esses três géneros passando de um para o outro e com igual intensidade, quase sem darmos por isso.
“M.A.M.”: Uma tentativa de top 5 de filmes asiáticos?
M.T. : Já sei que vou ser injusto para com alguns dos meus favoritos, mas assim à cabeça diria: "A Moment to Remember", "Polícia em Fúria", "Windstruck", "Love Me Not" e "A Millionaire's First Love", entre tantos outros.
“M.A.M.”: Realizador asiático preferido?
M.T. : Kwak Jae-Yong.
“M.A.M.”: Já agora, actor e actriz?
M.T. : Jackie Chan, entre os actores, e uma escolha difícil entre elas, com Vicki Zhao Wei, Jeon Ji-Hyeon ou Moon Geun-Young, com uma ligeiríssima vantagem para a primeira.
“M.A.M.”: Um filme oriental sobrevalorizado e outro subvalorizado?
M.T. : Sobrevalorizado e segundo uma opinião muito pessoal "O Tigre e o Dragão", apesar de ter recuperado de certa forma o cinema oriental aos olhos do ocidente. Já subvalorizado é complicado dizer, já que boa parte dos meus preferidos nunca teve edição em Portugal. Talvez "A Moment To Remember".
“M.A.M.”: A difusão do cinema oriental está bem no teu país, ou ainda há muito para fazer?
M.T. : Há muito por fazer, porque a maior parte das pessoas ainda identifica o cinema oriental com o género wuxia ou o de terror, o que obviamente limita o número de apreciadores. Devia haver uma maior aposta, assim como no cinema brasileiro. No entanto, é de louvar algumas pedradas no charco como o lançamento do excelente “Windstruck” (“Sempre ao Teu Lado”, na versão nacional).
“M.A.M.”: Que conselho darias a quem tem curiosidade em conhecer o cinema oriental, mas sente-se algo reticente?
M.T. : Arriscar e ser perseverante. Eu não me arrependi.


entrevista dada por mim ao blog My Asian Movies, um dos grandes responsáveis pela divulgação do cinema asiático em Portugal,  a 3 de Março de 2010.

terça-feira, 13 de novembro de 2012

MARCOS PAULO - UM GALÃ MADURO

Faleceu este domingo o actor brasileiro Marcos Paulo, de 61 anos, vítima de uma embolia pulmonar. Conhecido pela sua participação em várias telenovelas (Gabriela, Casarão, Roque Santeiro, Sinhá Moça, Tieta e Páginas da Vida, entre muitas outras), e filmes, como actor e também como director. Marcos Paulo, foi casado por cinco vezes (Renata Sorrah e Flávia Alessandra foram suas esposas) e deixa viúva e três filhas. Baixou o pano para um actor que deixou sempre uma imagem de sobriedade e competência no meio cinematográfico brasileiro.

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

HIT & MISS

Estão já vistos os dois primeiros episódios (de seis) da primeira temporada de Hit & Miss, série britânica que traz de volta aos ecrãs a americana Chloe Sevigny, 17 anos depois de Kids e mais recentemente de Os Rapazes Não Choram ou Zodíaco. E como está diferente a rapariga, não só mais crescida, mas também... adiante!, pormenores. 
Ryan, eu sou o teu pai!

Criada por Paul Abott, esta série retrata a vida de Mia, uma transsexual que ganha a vida como assassina, de forma a angariar uma quantia suficiente para uma operação de mudança de sexo. O seu plano parece bem seguro, até ao dia em que recebe uma carta de uma ex-namorada que está a morrer com cancro e onde é revelado que Mia, enquanto homem, a engravidou, onze anos atrás.

Isto não é uma arma.
 O surgimento inesperado de um filho vai levar a uma radical mudança de planos que poderá pôr em causa o futuro e a própria segurança de Mia, mas que lhe poderá trazer novas opções e sentidos para um caminho que já estava minuciosamente traçado.
Sem deslumbrar, mas a merecer novas oportunidades.

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

MORRER POR AMOR?



MORRER POR AMOR?


"A Millionaire's First Love" é o título de um drama sul-coreano, daqueles que deixam os nossos olhos marejados de lágrimas rebeldes, por mais insensíveis que queiramos parecer. É a típica história do rapaz rico e da rapariga pobre, que a princípio parecem não encaixar mas que acabam inevitavelmente por se apaixonarem. Como é previsível neste tipo de filmes, o final feliz encalha sempre num "mas", cujo fundamento costuma ser o de fazer o filme render durante hora e meia a duas horas. Geralmente esse "mas" é um terceiro elemento, o terceiro vértice de um triângulo amoroso.
 
 Não nesta história. Quando tudo parecia ter tudo para dar certo, descobrimos que a rapariga doce e frágil sofre de uma doença incurável e que as emoções fortes, como amar, podem apressar o seu trágico destino. É aqui que eu quero chegar, apesar do filme valer por muito mais do que apenas isto. Quanto vale a vida? Quanto vale um grande amor? Deveria o rapaz apostar tudo no sentimento que, unindo-os, iria acabar irremediavelmente por separá-los precocemente? Com que direito? Deverá o amor ser tão egoísta, ao ponto de se sobrepor à própria vida? E de que vale a vida se tivermos de abdicar dos sentimentos? Na ficção como na realidade, são muitos os casos de quem sacrifica a sua vida por amor, de quem abdica da sua felicidade em troca da felicidade da pessoa amada, mas será essa extrema demonstração de altruísmo ainda válida nos dias de hoje?
 Morrer por amor, como se não houvesse nada mais importante na vida. E matar? Será sensato ou sequer legítimo - e já não falo das mortes por ciúmes ou apenas baseadas em leves suspeitas - amar, mas amar de tal forma intensa, mesmo sabendo que, como no caso do filme, esse amor irá abreviar a vida de quem amamos mais do que a nós mesmos? Quanto vale a vida? Quanto vale o amor? Ficar ou partir, matar ou morrer (por não poder amar). Muito mais conhecido do que este filme é "A Walk To Remeber", baseado no romance de Nicholas Sparks, onde a filha do pastor de uma pequena cidade ajuda o protagonista a ensaiar para uma peça, na condição de que ele não se apaixone por ela, que sofre de leucemia e que, acaba numa corrida contra o tempo, de modo a conseguir concretizar todos os sonhos dela antes de morrer. Será amar então mais importante do que - não diria viver, mas antes sobreviver? Francisco Moita Flores disse o seguinte: "...a morte é a ausência do beijo, do abraço, do toque, do cheiro de uma pessoa...".

E eu assino por baixo. De que vale uma vida longa se o amor nos for negado?

 (extraído de A-voz-das-palavras.blogspot.pt)

A GRANDE FAMÍLIA VIRTUAL



A GRANDE FAMÍLIA VIRTUAL
Poucas vezes expressões como "todos os caminhos vão dar a Roma" ou "como o mundo é pequeno" fizeram tanto sentido como quando aplicadas ao vastíssimo e ilimitado mundo da net. Parece à primeira vista um contra-senso, mas não será tão estranho assim. Quantas vezes já não entraram num outro blogue e constataram que conhecem a maior parte daqueles que o seguem e/ou que o comentam? Não ficaram já com aquela sensação de que, no fundo - por maior que seja a distância que nos separa - somos todos uma família? Numa época em que o indivíduo cada vez mais tende a isolar-se dos outros numa procura de protagonismo tantas vezes estéril ou a padecer de um dos grandes flagelos deste século - a solidão -, há uma maior apetência para se refugiar nas realidades virtuais e a construir aí o seu círculo de amizades, o ombro amigo e confidente nas pessoas que pouco ou mal conhece, como se essa particularidade o protegesse das armadilhas da vida real. As pessoas têm hoje muito medo da realidade, com a crise económica e de valores a influenciar e de que maneira todos os seus relacionamentos e expectativas. Os filhos preferem os computadores e os videojogos ao contacto com os pais, as telenovelas e o futebol dividem os casais e silenciam as antigas conversas à volta da mesa, o dinheiro - esse maldito dinheiro - tomou um papel demasiado preponderante nas relações, onde amar e ser amado já não é só por si suficiente. Tornou-se fácil magoarmos os nossos sentimentos. É aí que entram os irresistíveis e perigosos chat's, os messengers, os blogues e os grupos sociais como o Facebook, o Tagged, o Hi5, a Netlog, o Twitter ou o Orkut dos nossos irmãos brasileiros. Ninguém conhece verdadeiramente ninguém e aí é que está toda a atracção e mistério deste mundo paralelo onde cada vez perdemos mais tempo, gastamos horas em detrimento duma realidade sofrida ou de um tempo passado em família. Despimo-nos virtualmente em confidências alimentadas pela solidão e pela fome de esperança. Depois de meia dúzia de palavras estamos já a contar coisas tão íntimas que alguma inibição sempre nos impediu de contar aos melhores amigos, trocamos fotografias quase sempre verdadeiras, números de telefone, experimentamos o jogo da sedução, há quem seja mais ousado, combine encontros, faça sexo... virtual. Mas o que procuramos afinal? Um verdadeiro amigo? Uma maneira apenas de passar o tempo? Um amor ou um simples flirt? Estaremos a tornarmo-nos a nós próprios em personagens de um enorme jogo virtual, seremos nós os novos Sims? Estaremos a substituir a nossa família e amigos por pessoas que não conhecemos, como os amigos imaginários da nossa infância? Porque desabafamos, por que nos sentimos tão mais à vontade com estes novos amigos/desconhecidos do que com aqueles que conhecemos de anos e anos de convivência? Porque sentimos por vezes como nossas as suas expectativas, carregamos as suas dores, as suas necessidades, ansiamos por fazer parte das suas vidas, procurando a palavra Online à frente de um endereço de email? Estará a vida real a perder protagonismo à medida que as dificuldades económicas e emocionais aumentam ou será a internet uma concha onde nos escondemos, um anti-depressivo deste novo século onde a famosa luz ao fundo do túnel vem agora de uma webcam? Todas as rosas por mais bonitas têm espinhos, mesmo que algumas não nos façam sangrar a pele. Este mundo novo e cheio de potencial pode ser tão maravilhoso quanto o uso que lhe dermos, mas não substituirá nunca a vivência das coisas, dos cheiros. Quem viu "Os Substitutos", protagonizado por Bruce Willis, sabe que a ficção poderá não estar tão distante da realidade como poderíamos pensar.

(extraído de A-voz-das-palavras.blogspot.pt)

LUZES, CÂMERAS, ACÇÃO!

Boas. Eu chamo-me Miguel, tenho quarenta e poucos anos e sou viciado em cinema, de preferência com pipocas. Além de tudo isso, adoro escrever, partilhar, tudo o que me diz algo e que me deixe feliz, apenas por estar lá, naquele preciso instante em que o realizador deste filme a que chamamos de vida bem poderia parar o tempo e gravá-lo na nossa memória. Já não sou um novato nesta coisa dos blogues, se bem que ande meio arredado ultimamente. Escrevi de tudo um pouco mas sentia que precisava de um espaço assim, de mais este desafio onde pudesse partilhar sentimentos, opiniões e simultâneamente colhesse também o que vocês que estão desse outro lado pensam e possam sugerir, porque um blogue não pode nem deve ser um espaço fechado a opiniões, a críticas. Aqui irão saber o que vi e senti, dos meus gostos no que ao cinema mas também séries, actores e realizadores diz respeito. Espero que consiga captar a vossa atenção como um bom filme de suspense e que no final possam como eu dizer que valeu a pena. Sentem-se nos vossos lugares, baixe-se a luz, vai começar o filme!