MORRER POR AMOR?
"A
Millionaire's First Love" é o título de um drama sul-coreano, daqueles
que deixam os nossos olhos marejados de lágrimas rebeldes, por mais
insensíveis que queiramos parecer. É a típica história do rapaz rico e
da rapariga pobre, que a princípio parecem não encaixar mas que acabam
inevitavelmente por se apaixonarem. Como é previsível neste tipo de
filmes, o final feliz encalha sempre num "mas", cujo fundamento costuma
ser o de fazer o filme render durante hora e meia a duas horas.
Geralmente esse "mas" é um terceiro elemento, o terceiro vértice de um
triângulo amoroso.
Não nesta história. Quando tudo parecia ter tudo para
dar certo, descobrimos que a rapariga doce e frágil sofre de uma doença
incurável e que as emoções fortes, como amar, podem apressar o seu
trágico destino. É aqui que eu quero chegar, apesar do filme valer por
muito mais do que apenas isto. Quanto vale a vida? Quanto vale um grande
amor? Deveria o rapaz apostar tudo no sentimento que, unindo-os, iria
acabar irremediavelmente por separá-los precocemente? Com que direito?
Deverá o amor ser tão egoísta, ao ponto de se sobrepor à própria vida? E
de que vale a vida se tivermos de abdicar dos sentimentos? Na ficção
como na realidade, são muitos os casos de quem sacrifica a sua vida por
amor, de quem abdica da sua felicidade em troca da felicidade da pessoa
amada, mas será essa extrema demonstração de altruísmo ainda válida nos
dias de hoje?
Morrer por amor, como se não houvesse nada mais importante
na vida. E matar? Será sensato ou sequer legítimo - e já não falo das
mortes por ciúmes ou apenas baseadas em leves suspeitas - amar, mas amar
de tal forma intensa, mesmo sabendo que, como no caso do filme, esse
amor irá abreviar a vida de quem amamos mais do que a nós mesmos? Quanto
vale a vida? Quanto vale o amor? Ficar ou partir, matar ou morrer (por
não poder amar). Muito mais conhecido do que este filme é "A Walk To
Remeber", baseado no romance de Nicholas Sparks, onde a filha do pastor
de uma pequena cidade ajuda o protagonista a ensaiar para uma peça, na
condição de que ele não se apaixone por ela, que sofre de leucemia e
que, acaba numa corrida contra o tempo, de modo a conseguir concretizar
todos os sonhos dela antes de morrer. Será amar então mais importante do
que - não diria viver, mas antes sobreviver? Francisco Moita Flores
disse o seguinte: "...a morte é a ausência do beijo, do abraço, do
toque, do cheiro de uma pessoa...".
E eu assino por baixo. De que vale uma vida longa se o amor nos for negado?
(extraído de A-voz-das-palavras.blogspot.pt)
Quero ver este sem dúvida...estou super curiosa.eheheh
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