Entre o riso e o choro, o drama da vida ou a comédia a cores ou a preto e branco. A verdade escondida que nos faz pensar e crescer, meras coincidências que nos dizem tanto ou quase nada, momentos bem passados de preferência partilhados, numa boa companhia e num pacote de pipocas.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

O RAPAZ DO PIJAMA ÀS RISCAS


Quatro anos, foi o tempo que me levou a arranjar uma desculpa para ver um filme que, ao contrário das minhas expectativas não é uma enfadonha perda de tempo, antes pelo contrário. Há filmes assim, que nos induzem ideias pré-concebidas que mais tarde se vêem confirmadas ou desmentidas. Estava absolutamente enganado no caso deste filme de 2008 que conta a história de um menino de 8 anos, cuja promoção de seu pai, um oficial alemão, o leva a abandonar uma relativamente tranquila Berlim e os seus amigos de brincadeiras para uma região despovoada e bastante monótona para uma criança de tão pouca idade, e onde o seu único entretenimento acaba por ser o convívio com um outro menino, recluso num campo de concentração.


 Realizado por Mark Herman, o filme conta com interpretações interessantes de actores que não são propriamente desconhecidos como Vera Farmiga ou David Thewlis e dos jovens Asa Butterfield e Jack Scanlon. Em pouco mais de hora e meia seguimos, através do nosso protagonista, o retrato de uma época negra da nossa história numa visão inocente, quase cómica se não fosse tão séria e bárbara, que nos leva por vezes a 1978, quando estreou a série Holocausto, com James Woods e Meryl Streep nos principais papéis. É importante nunca esquecer, embora doloroso de relembrar esses tempos - por vezes actuais - em que as pessoas eram tratadas como animais apenas e só por terem supostamente nascido com uma raça ou cores supostamente erradas. Existe muita gente que ainda pensa assim, pasme-se! O lado cómico ou trágico é quando o filme nos leva a inverter os papéis e as nossas mentalidades transfiguram-se como do dia para a noite, tão frágeis são as nossas convicções do que é certo e do que é errado, bastando para isso trocar de posição da presa para o caçador ou vice-versa. Um excelente filme, dos melhores a que assisti nos últimos tempos.

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