Não tenho particular predilecção por
filmes de guerra, confesso, mas Irmãos de Guerra foi uma agradável
surpresa, ao ponto de o considerar mesmo um dos melhores filmes que já vi. Do realizador Je-Gyu Kank, o filme conta a história
de Jin-Tae, que vive com o seu irmão mais novo (Jin-Seok), sua mãe e
ainda a sua noiva. Jin-Tae engraxa sapatos de forma a poder mandar o
irmão para a universidade, quando deflagra a guerra da Coreia e os dois
irmãos, embora por motivos diferentes acabam por ir parar ao centro da
batalha. A partir dessa altura, para Jin-Tae, o seu único objectivo
passa a ser o de ganhar a Medalha de Honra de forma a conseguir enviar o
irmão de volta para casa, voluntariando-se para as missões mais
arriscadas de forma a atingir rapidamente o seu objectivo. Só que a
reacção do seu irmão e a entrada da China no conflicto acabam por dar um
outro rumo à história, totalmente imprevisível. Irmãos de Guerra não é
apenas um filme de guerra. É O filme. Com cenas de uma realidade e
brutalidade notáveis a pedir meças às produções do género americanas,
com muitas batalhas e bastante sangue, Irmãos de Guerra arranja ainda
tempo para ser um dos melhores dramas que tive oportunidade de ver,
incidindo sobremaneira na relação muito próxima destes dois irmãos numa
guerra em que passa para segundo plano quem são os bons ou quem são os
maus, até porque não é isso que interessa. A partir de certa altura,
mesmo aqueles que julgávamos bons são vistos a cometer grandes
injustiças e atrocidades, a provar que numa guerra não existe um lado
certo. Por certo, apenas a convicção de que este é um filme a não
perder, se gosta de grandes filmes e não se deixa impressionar
facilmente com braços cortados e algum sangue à mistura.
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