Entre o riso e o choro, o drama da vida ou a comédia a cores ou a preto e branco. A verdade escondida que nos faz pensar e crescer, meras coincidências que nos dizem tanto ou quase nada, momentos bem passados de preferência partilhados, numa boa companhia e num pacote de pipocas.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

FILMES DA MINHA VIDA

 Não são muitos os filmes que se podem gabar de ter tantas adaptações como O Monte dos Vendavais, obra baseada no romance intemporal de Emily Bronte e que tem sido adaptado para o cinema desde 1920, tendo ganho mais projecção no longínquo ano de 1939 quando William Wyler dirigiu Laurence Olivier numa complexa teia de emoções que ainda hoje nos prende ao ecrã e não deixa ninguém indiferente . O papel de um protagonista longe do estereotipo do herói clássico, longe de agradar a gregos e troianos como soi dizer-se,  foi ainda interpretado por Timothy Dalton - mais tarde um dos mais memoráveis e injustiçados 007s -, mas terá sido pela mão de Ralph Fiennes, para mim, a versão mais conseguida de uma das mais belas histórias de amor cinematográficas de que tenho memória.

   Com as paisagens agrestes e ao mesmo tempo melancolicas de Yorkshire e uma banda sonora que nos envolve com enorme densidade, um convincente e brilhante Fiennes protagoniza uma química invulgarmente arrebatadora com uma das mais magnetizantes e mais competentes actrizes do cinema francês, Juliette Binoche. Os dois dão vida aos amantes amaldiçoados Heathcliff e Cathy, nesta realização de Peter Kosminsky sobre um amor tão demoníaco como obsessivo, com uma intensidade tal que é capaz de destruir tudo em que toca, uma relação amor/ódio que não raramente termina em tragédia, mas que nos eleva e nos consome, nos faz viver uma eternidade num segundo ou pouco mais.


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