Entre o riso e o choro, o drama da vida ou a comédia a cores ou a preto e branco. A verdade escondida que nos faz pensar e crescer, meras coincidências que nos dizem tanto ou quase nada, momentos bem passados de preferência partilhados, numa boa companhia e num pacote de pipocas.

sexta-feira, 3 de junho de 2016

A VITÓRIA DE DI CAPRIO

A vida dá voltas e voltas e num segundo tudo muda, para o bem e para o mal, mudam-se as prioridades, aprendemos que a vida é muito mais difícil do que pensávamos, mas que a realidade, mesmo metendo medo, além de dor e sofrimento tem cores e sabores, sensações que vão muito além daquela que assistimos quando passamos os dias em frente à televisão ou computador. Não perdi - longe disso - o gosto pelo cinema ou pela escrita, mas os dias são sempre demasiado curtos para as pessoas ocupadas em viver. Prometi dar a minha opinião sobre os Oscares e aqui estou para cumprir a minha promessa, não como uma obrigação, um fardo, mas com o prazer de quem retoma um lazer antigo, ainda que de forma breve, dado já todos saberem o que se passou no último 28 de Fevereiro. A grande novidade - e foram duas - é a de que Leonardo de Caprio não é já apenas e só o menino bonito de Titanic e que finalmente levou para casa a principal estatueta no que aos actores diz respeito. Poder-se-à duvidar da justiça da decisão, mas a verdade é que antes do famoso naufrágio já Leonardo merecia ter sido pelo menos nomeado nos seus verdes anos, aquando de Gilbert Grape, desconhecido para muitos. Quanto ao resto foi uma vez mais uma cerimónia de causas a começar com o vencedor para melhor filme, Spotlight, um filme sobre um grupo de jornalistas que investiga casos de abusos de crianças por parte de padres católicos. Ainda sobre causas, voltou a falar-se da ausência de nomeados e galardoados de cor, um tema que se repete e que mereceu da parte do comediante Chris Rock, o apresentador da 88ª edição da festa do cinema algumas piadas de teor racista, como se houvesse a obrigatoriedade de nomear actores negros, independentemente das suas prestações. Sobre o tema tenho algumas opiniões pessoais que não se alteraram desde o ano passado. Uma nomeação deste tipo é quase sempre discutível, pois depende de preferências que não são iguais para muitos de nós, existem desde sempre grandes actores de cor que talvez nunca cheguem a ganhar um Oscar mas ter de haver um negro entre os vencedores ou determinado número de mulheres num parlamento ou empresa por ser politicamente correcto, isso já considero discriminatório e racista. De resto, o melhor realizador foi Alejandro González iñarrito com O Renascido, Brie Larson (The Room) a melhor actriz e como actores secundários venceram Mark Rylance e Alicia Vikander. O Renascido acabou mesmo assim por ter uma noite desastrosa vencendo apenas 3 das 12 categorias para que estava nomeado, enquanto que Mad Max: estrada da fúria venceu 10 estatuetas. Para terminar, a segunda grande novidade da noite foi sabermos que Lady Gaga foi vítma de abusos sexuais, uma novidade, uma praga já antiga mas infelizmente muito actual ainda na nossa sociedade.

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